quinta-feira, 25 de novembro de 2010

@PRENDENDO COM TECNOLOGI@: CADA UM TEM SEU JEITO!



INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO


Carolina Silva Lopes Mancilha

Professora da Rede Municipal de Canoas / RS, atuando na E. M. E. F. João Palma da Silva

maninhacsl@bol.com.br

Resumo:

O presente artigo busca refletir sobre as diferenças existentes nas pessoas, que fazem de cada um de nós um ser único e especial. Destaca também como as novas tecnologias de
ensino podem auxiliar no processo educacional, favorecendo a inclusão e diminuindo as barreiras das diferenças.

Palavras-chaves:

  • Educação

  • Tecnologia

  • Necessidades Especiais

    INTRODUÇÃO

No presente artigo, busco destacar a forma como cada um de nós, seres humanos, somos diferentes, tendo nossos próprios ritmos e caminhos para concretizar nossa aprendizagem.

Refletiremos juntos sobre como a tecnologia pode auxiliar no processo educacional quando trabalhada com alunos com necessidades especiais, oportunizando caminhos para uma maior comunicação e interação no processo de ensino e de aprendizagem.

Estamos sempre aprendendo, e este artigo foi escrito pensando no professor e nos desafios que ele recebe na sua caminhada como educador, quando tem diante de si o desafio de educar um aluno especial, quando muitas vezes não foi preparado para isso.

Aqui você não encontrará receitas mágicas, mas sim, um incentivo para buscar aprender e enfrentar seus desafios, oportunizando a todos os alunos acesso as novas tecnologias, percebendo o quanto o computador pode diminuir as barreiras das diferenças, sendo uma ferramenta muito importante quando falamos de Educação Especial.

Pensar em Tecnologias Assistidas não é apenas pensar em adaptações de softwares ou materiais, mas é pensar em abrir portas e caminhos, rumo a uma educação mais humana e qualitativa, é acima de tudo, um ato de amor e respeito.

CADA UM TEM SEU JEITO

Você já parou para pensar que cada um tem um jeito de ser?... Quando estamos frente aos nossos alunos, diante da nossa turma, logo podemos observar que existem diferenças entre todas as pessoas, muito além das características físicas, existem inúmeras coisas que nos diferem uns dos outros, como nossas personalidades, gostos por times de futebol, cores, comidas... Enfim, cada um tem seu jeito e cada um contribui diante do grupo de alguma forma, pois aprendemos com estas diferenças e no convívio uns com os outros.

Aprendemos quando vivenciamos, experimentamos, sentimos. Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços, entre o que estava solto, caótico, disperso, integrando-o em novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. ( MORAN, 2000, p. 23)

Como educadores, buscamos que nossos alunos possam aprender interagindo com estas diferenças, compreendendo-se como parte integrante do mundo, como pessoas críticas e participativas. Para isso é importante proporcionar que os alunos se desenvolvam em diferentes áreas, desenvolvendo sua responsabilidade social, para que o aluno possa interagir na vida familiar e social, percebendo-se importante e capaz de relacionar-se e expressar-se no meio em que vive, sabendo respeitar as diferenças sociais, físicas e raciais que existem, assim como se reconhecendo como ser único e especial.

NÃO EXISTE UM ALUNO ESPECIAL, MAS TODOS SÃO DIFERENTES

Reconhecendo então que todos nós somos diferentes, logo podemos concluir que não existe um aluno especial, mas que cada um de nós é especial.

Mas e o que fazer com aqueles alunos que chegam à nossa sala e que nos chocam por suas diferenças serem mais visíveis do que as outras?... Como estar preparado para trabalhar através da informática com um aluno cego, surdo ou com paralisia cerebral?... Será que podemos trabalhar com todos da mesma forma?...

Partindo do pressuposto que todos nós somos diferentes, fica fácil responder que não vamos trabalhar da mesma forma com todos. Mas enquanto educadores muitas vezes nós somos desafiados a tentar diminuir o caminho das diferenças, buscando que todos nossos alunos possam aprender e ter a oportunidade de se relacionar uns com os outros vivenciando trocas entre si, que também farão parte da construção de sua aprendizagem.

Os caminhos dos educadores para isso, não são fáceis. Quando falamos da utilização da tecnologia como ferramenta de ensino, além das dificuldades de acesso aos laboratórios de informática e das barreiras arquitetônicas que se fazem presente na maioria das escolas, nós temos que pensar ainda na falta de recursos adaptados para os alunos. O que adiantaria colocar um aluno cego diante de um computador sem som?... Seria como se todas as luzes apagassem e estivéssemos perdidos na escuridão. Ao invés de abrirmos portas para este aluno, estaríamos fechando.

Mais do que nunca, queremos formar cidadãos críticos, capazes de atuar no mundo, refletindo sobre as próprias ações, criativos, conscientes e decididos.

A abertura de novos horizontes mais aproximados da realidade contemporânea e das exigências da sociedade do conhecimento depende de uma reflexão crítica do papel da informática na aprendizagem e dos benefícios que a era digital pode trazer para o aluno como cidadão. (BEHRENS, 2000, p. 74)

Vivemos numa era digital, onde a tecnologia se expande rapidamente, fazendo parte de nossas vidas e estando cada vez mais presente no nosso dia a dia.

As novas tecnologias devem ser vistas como um caminho para diminuir as barreiras das diferenças, dando oportunidade, por exemplo, a um aluno com paralisia cerebral que não pode segurar um lápis e escrever como a maioria das pessoas, possa através de recursos adaptados se comunicar e se expressar.

Recursos adaptados nos laboratórios de informática não fazem parte das escolas. Mas no momento em que recebemos um aluno que necessite de algo diferente, que não consegue aprender através dos mesmos recursos que os demais alunos, devemos estar atentos ao fato de que existem materiais adaptados, e que devemos procurar, para que estes possam fazem parte do espaço escolar.

Às vezes, adaptações caseiras podem ser bem vindas. O primeiro passo é o respeito e o acolhimento para nosso aluno, pois não adianta pensar em tecnologias assistidas se não pensarmos em inclusão.

É muito comum vermos algumas escolas falarem que praticam inclusão, mas que ao mesmo tempo dispensam alunos de algumas aulas por julgarem que estes não estão preparados para determinadas atividades ou pela falta de recursos apropriados para atendê-los. E não se pode culpar o educador, pois a primeira barreira que ele deve enfrentar é a do medo. Pois quando recebemos um aluno diferente na nossa sala, ao qual não poderemos trabalhar com os mesmos recursos que nós estamos acostumados a trabalhar... Enfim, a insegurança vai tomando espaço, afinal, educar é um compromisso, e existe receio se o que estamos fazendo vai dar certo, se é a melhor forma para atender nosso aluno, se ele vai aprender com qualidade.

Esses nossos medos, não podem servir como barreiras, que façam com que nos achamos incapazes de trabalhar com determinadas diferenças. Nossos medos e inseguranças existem, pois somos humanos.

NOVAS TECNOLOGIAS: RECURSOS ADAPTADOS

Pensando nas novas tecnologias como ferramenta de ensino, você sabia que existem recursos adaptados para alunos com necessidades especiais?

Vamos pensar em algumas pessoas diferentes que necessitam materiais diferenciados para desenvolverem suas potencialidades:

a) Baixa visão ou cegueira:

Alunos com problemas visuais devem trabalhar com softwares que fazem a descrição oral dos comandos, lendo, soletrando e utilizando-se de recursos sonoros que possam oportunizar a compreensão do que está sendo realizado. O DosVox, desenvolvido em 1993, é um exemplo de software para ser trabalhado com alunos com necessidades visuais, pois é um programa que oferece leitores de tela. Por ser um sistema gratuito e disponível na Internet, se torna uma alternativa fácil. Também existem impressoras em braille, que são semelhantes às impressoras comuns, porém tem como resultado a produção de material escrito em braille.

b) Surdez:

O aluno surdo não necessita softwares diferenciados, apenas não poderá trabalhar com programas que priorizam a comunicação oral, sem oportunizar legendas e alternativas que permitam a comunicação visual. Existem sites que exploram a linguagem de sinais, podendo favorecer a comunicação entre você e seu aluno, assim como pode ampliar o conhecimento da turma, para que todos os alunos possam se relacionar melhor e conviver com as diferenças existentes no grupo. Proporcionar que todos alunos tenham contato com a língua de sinais pode ser uma atividade muito rica e produtiva para todos os alunos.

c) Paralisia Cerebral:

Cada aluno portador de paralisia cerebral é diferente, é único, e precisa ser estimulado para que desenvolva suas habilidades. Neste campo, existem muitos recursos adaptados para que estes alunos possam ser beneficiados pelas novas tecnologias de ensino. Alguns usuários necessitam de adaptações no próprio corpo, como próteses, adaptadores de punho, nuca, teclados virtuais, teclados colméias, adaptações de mobiliário, entre outros recursos. É necessário conhecer o aluno, suas necessidades e habilidades.

Muitas vezes os alunos não podem expressar-se com facilidade, por problemas de fala, mas ao utilizarem do computador para se comunicarem conseguem estabelecer um grande diálogo e nos dando retorno daquilo que sabem, pensam, gostam... Enfim, a informática tem sido uma importante porta para estes alunos, permitindo que se desenvolvam em diferentes áreas e que estabeleçam comunicação.

As adaptações devem ser feitas sempre pensando no aluno, no seu conforto, e na sua situação real, é preciso ter em mente questões de designer a acessibilidade. As interfaces gráficas podem oportunizar uma maior integração favorecendo uma maior interação com os alunos e com a máquina.

Não podemos desanimar diante dos primeiros obstáculos, pois nem sempre acertamos as melhores adaptações na primeira tentativa, assim como muitas vezes não temos acesso aos melhores materiais. É preciso ser perseverante e continuar estudando e buscando alternativas que permitam o melhor desenvolvimento do aluno.

Além disso, existem inúmeros softwares que buscam desenvolver o aluno e suas habilidades, explorando suas potencialidades e respeitando seu próprio ritmo de aprendizagem.

Primeiramente, é preciso conhecer o aluno com o qual estamos trabalhando e estar atendo as suas habilidades, pois assim poderemos ver se este aluno necessitará uma adaptação ou não, pois afinal, nem todos os usuários necessitam de adaptações especiais.

Segundo material distribuído pelo Ministério da Educação, podemos dividir os usuários num grupo de quatro, sendo eles:

a) Usuários que não precisam de recursos especiais;

b) Usuários que necessitam de adaptações em seu próprio corpo;

c) Usuários que necessitam de modificações no computador;

d) Usuários que necessitam de programas especiais.

O importante é procurar conhecer nosso aluno, saber respeitar suas limitações, sem fazer delas barreiras, mas etapas a serem superadas conforme seu próprio tempo, pois cada um de nós tem uma forma de aprender, talvez alguns se utilizem dos mesmos recursos neste processo, mas caso isso não seja possível, existem caminhos alternativos e novas formas de olhar e pensar em educação, onde cada um de nós pode procurar a melhor forma de aprender.

O computador oportuniza ao aluno a busca do que necessita, auxiliando na construção do seu próprio conhecimento, favorecendo a experiência e o armazenamento de novas informações de forma interativa.

O uso do computador permite que, para uma mesma proposta de trabalho feita pelo professor, surjam inúmeras possibilidades. A não unicidade, não linearidade do pensamento explicita-se, por exemplo, quando o aluno abre várias “janelas”, do mesmo ou de diferentes programas, e “importa” delas o que necessita para seu trabalho. Esta atividade, aparentemente simples, demonstra que houve reflexão, estabelecimento de relações, avaliação, tomada de decisão, etc. Mostra-nos que houve um esforço e os anteriormente construídos, o que caracteriza, claramente uma aprendizagem assentada em conceitos. (MORAES, 2002, p. 21)

Essa flexibilidade de criação que o computador nos permite, trazendo inúmeras possibilidades, faz com que nossos alunos busquem soluções para as atividades propostas, interagindo com os colegas e com a própria máquina.

DESAFIOS

Quando estamos diante do novo surgem muitos desafios a serem superados. Desafios como o de aceitação a mudanças de paradigmas e novas concepções de olhar, ao fato de termos de nos adaptarmos a novos recursos, aprender e superar.

Uma sociedade só cresce com a participação, cooperação e colaboração de todos. Sem a interação do grupo, uns cooperando e colaborando com os outros estaríamos ainda na “idade da pedra”. Crescemos e construímos porque somos seres capazes de conviver em uma sociedade onde cada um isoladamente contribuiu para que a mesma se desenvolva trazendo benefícios para todos. No momento em que estamos participando ativamente com o meio, estamos aprendendo e repassando conhecimentos. A busca constante pelo aprendizado, faz com que as pessoas construam seus conhecimentos de forma interativa com o meio.(MOURA et al., 2002)

Somos seres em constante evolução, estamos sempre crescendo a aprendendo, não existe uma receita mágica que nos ensine a vencer estes desafios, mas o importante é fazer com que eles possam despertar interesse e vontade de aprender junto com o nosso aluno, que nos faça curioso bastante para procurar mais recursos e tentar fazer com que nossas aulas sejam acessíveis a todos, independentes das suas diferenças.

Somos sujeitos que estamos em constante evolução. Cada desafio deve ser encarado como uma oportunidade de aprendermos mais. Não podemos fechar portas, mas tentar abrir elas, estando dispostos a encarar nossos desafios, sem medo de errar, mas tendo consciência que nossos erros e nossas falhas podem fazer parte de uma caminhada com muitos acertos e sucesso.

Desistir antes mesmo de começar e não dar oportunidade para que todos possam se beneficiar da tecnologia seria o maior dos erros.

As novas tecnologias fazem parte das nossas vidas e elas ocupam o nosso dia a dia, ganhando espaço nas escolas, como ferramenta de ensino. E cabe a nós educadores o desafio de torná-las um recurso cada vez mais utilizado na educação, de forma que possa beneficiar a todos, ainda mais para aqueles que mais precisam deste recurso para tornar possível seu aprendizado.

CONCLUSÃO

Segundo Haetinger (1998, p. 09), “a maior luta atual é por um ensino mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentes do processo educacional”, nesse sentido, a escola tem como desafio utilizar as novas tecnologias como ferramentas capazes de promover esta transformação.

Haetinger afirma que:

Utilizar a informática como recurso pedagógico é mais do que querer é uma ação necessária para a exploração de todas as possibilidades do saber. Porém, ainda mais importante, é proporcionar aos aprendizes o prazer de pensar livre e criativo, oferecendo, a cada um deles, a oportunidade de crescimento pessoal, social e cultural. (2003, p. 52)

É preciso utilizar das novas tecnologias de ensino para desenvolver o aluno como um todo, oportunizando meios para que ele faça parte da sua própria construção, desenvolvendo-se como pessoa, propiciando o desenvolvimento de contatos sociais e culturais.

Para finalizar, gostaria de deixar aqui as palavras de Gabriel Chalita:

...um sonho... O sonho de manter acesa a chama vibrante, intensa e colorida da infância. Um tempo marcado pelo encantamento da atmosfera onírica que rege a primeira e mais importante fase de nossas vidas. Uma época singular, rica, pessoal e intransferível. Período que representa uma galáxia em meio a todos os outros milhões de sistemas estrelares produzidos pela fértil imaginação infantil. Imaginação livre de preconceitos, de negativismos e de limitações. A pureza, a ousadia e o espírito quase selvagem dos primeiros anos nos marcam de forma indelével por toda a existência... É como se esse período fosse comandado pelo ritmo de um relógio cujos ponteiros marcam só diversão e alegria... Um tempo cujo cheiro, gosto, cor e som continuamos perseguindo, de forma consciente ou inconsciente, por toda a vida. (2003, p. 09)

Que possamos estar sempre atentos a buscar caminhos e abrindo portas, fazendo com que as novas tecnologias de ensino possam ser novos horizontes.

Que possamos buscar vencer nossos próprios medos, não construindo barreiras, mas ao contrário, possibilitando que degraus sejam construídos através da nossa prática como educadores.

Que não deixamos morrer a capacidade de sonhar... Pois somente quando sonhamos podemos realizar. Nossos sonhos são os primeiros passos para nossas realizações.


SITES IMPORTANTES

www.acessibilidade.net/at/kit

www.assistida.com.br

www.cnt.lakefolks.com

www.intervox.nce.ufrj.br/motrix/download.htm

www.ler.pucpr.br/amplisoft

www.l2f.inesc-id.pt/~lco/eugenio/

www.saci.org.br

www.tecnologiaassistiva.com.br

www.xtec.es/~jlagares/f2kesp.htm

www.bengalabranca.com.br

www.clik.com.br

www.laramara.org.br/laratec.htm

www.reateam.com.br

www.terraeletronica.com.br

www.assistiva.org.br

www.acessobrasil.org.br/libras

www.libras.org.br

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERSCH, Rita de Cássia; PELOSI, Myriam Bonadiu. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: tecnologia assistida: recursos de acessibilidade ao computador / Secretaria de Educação Especial – Brasília: ABEPEE – MEC: SEESP, 2007.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do Amor. São Paulo - SP: Editora Gente, 3ª edição, 2003.

HAETINGER, Max Günther. Criatividade, Criando Arte e Comportamento. Porto Alegre: Edição Criar, 1998.

HAETINGER, Max Günther. Informática na Educação: Um Olhar Cri@tivo. Porto Alegre - RS: Edição Criar, vol. 2, 2003.

MORAN, José Manuel; MASSETO, Marcos T.; BEHRES, Marilda Aparecida. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

MOURA, Ana Maria Mielniczuk de; Azevedo, Ana Maria Ponzio de; Mehlecke, Querte . As Teorias de Aprendizagem e os Recursos da Internet Auxiliando o Professor na Construção do Conhecimento. 2002. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2007.

SCHOLZE, Lia; MORAES, Salete Campos de (Orgs.). Cadernos Temáticos - Multimeios e Informática Educativa. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Educação, 2002.



domingo, 14 de novembro de 2010

Sou professor, recebi um aluno especial... O que fazer?


Que educador ainda não se fez essa pergunta diante deste desafio?... Bom, como sempre, a vida da gente é feita de escolhas... Podemos escolher aprender sobre este aluno, tentar interagir com ele e nos deixar levar por este lado desafiador e cheio de novas descobertas e aprendizagens que é a inclusão, ou simplesmente não fazer nada, afinal, quem pediu um aluno especial na sua sala?...

Se você é como eu, sem sombra de dúvida seguirá o primeiro caminho, e não apenas vai ensinar este aluno, como com ele também vai aprender muito.

Alunos especiais são assim mesmo, eles chegam na nossa sala, para modificar toda a rotina, dar aquela chacoalhada na gente e nos desafiar a fazer mais, a ser ainda mais criativo.

E quando estamos diante destes alunos e destes desafios, temos que pensar em algumas questões importantes:

- Quais as necessidades/dificuldades deste meu aluno?

- Quais suas potencialidades/habilidades?

- Como posso explorar suas potencialidades/habilidades afim de sanar (ou diminuir) suas necessidades/dificuldades?

- Quais meus objetivos para trabalhar com este aluno neste ano letivo?

E finalmente:

- Como adaptar recursos e materiais para atingir meus objetivos?

Sim, educar não é tarefa fácil... E diante de desafios a tarefa pode se tornar mais difícil, mas se você se deixar levar nesta aventura, no final do ano letivo, com certeza se sentirá recompensado, e muita coisa terá aprendido.

Quando pensamos nos recursos, tudo parece tão distante... Afinal, nem temos nas escolas públicas tudo que achamos que seria necessário para educar os alunos, de modo geral, imagina então material adequado para um aluno especial?... Mas o mais importante de tudo, é pensar, que estes materiais podem ser adaptados e criados com sucatas e muita criatividade. Exemplo disso, é o teclado que criei para trabalhar com uma aluna de baixa visão nas aulas de infomática. Peguei um teclado antigo, desses que tem as teclas um pouco maiores, e fiz uma dapatação com recorte e colagem, colocando sobre as teclas um papel com a letra desenhada de canetinha, ocupando todo o espaço da tecla. Ainda marquei as teclas de espaço, travessão, enfim, também ganharam destaque. Dessa forma, ela podia digitar mais facilmente do que com o teclado comum.

Quando falamos de deficência visual também podemos limitar um desenho, colocando cordões ou lã em seus contornos. Tive a oportunidade de aprender numa tarde de encontro para formação de professores com alunos com problemas visuais a construir um caderno para alunos com baixa visão. Era recomendado o uso de um caderno comum de desenho, que fosse colocado linhas neles, de dois em dois centímetros, fazer a margem com destaque também. Essas linhas, eram feitas com canetinha, assim como a margem. Poderia ao invés de usar o caderno de desenho, fazer numa folha de ofício, reproduzir e encadernar. Para usar este caderno, o aluno deveria ter um lápis de desneho especial, pois eles são mais grossos e mais fortes, e consequentemente uma borracha especial de desenho, pois para este tipo de lápis se faz necessário isso.

Com alunos com problemas auditivos, é importante posicionar eles na sala, de forma que sua atenção esteja voltada para você (professor), e tem um vídeo bem interessante sobre esta temática: http://www.youtube.com/watch?v=_DADdyUiPko

Criar meios, recursos, metódos... É tarefa diária, de constante busca e um exercício de criatividade e perseverança... Com certeza não existe uma fórmula mágica e milagrosa para atender essas necessidades. Mas nem por isso se torna tarefa impossível, acredito que acima de tudo, vale a pena insistir e acreditar que podemos educar TODOS os alunos. E se alguém me perguntar se sou uma sonhadora, vou dizer com MUITO otgulho que sim!!! Afinal, todo professor deve ser meio louco e sonhador, deve acreditar que seu papel na sala de aula, mesmo sendo uma sementinha, que vai brotar e render bons frutos na vida daqueles alunos que passam pelo nosso caminho.

Enfim, muitas vezes, vale mais o olhar atento e criativo do professor, para inventar seus próprios materiais pedagógicos para melhor atender as necessidades de alguns alunos, só é preciso boa vontade e muita criatividade.

Inclusão Escolar:

Inclua-se nesta causa também!

Carolina Silva Lopes Mancilha